Interessadas em desenvolver um tema que se colocasse, ao mesmo tempo, próximo da realidade dos alunos e inserido no ambiente escolar, escolhemos trabalhar com o tema da formação das identidades. Partindo do pressuposto de que a educação deve ser crítica, de modo a fornecer elementos para a ampliação das reflexões acerca da realidade, contextualizamos a formação da identidade jovem em associação ao consumismo presente em nossa sociedade, e especialmente, no cotidiano de nossos alunos.
Trabalhamos com alunos do 2º ano do Ensino Médio (turma A), e decidimos utilizar a publicidade como forma de mobiliza-los em torno do tema ‘consumo’, através da apresentação de algumas propagandas de produtos que normalmente eles consomem. Após a exibição das propagandas, discutimos principalmente dois temas: a construção da imagem nas propagandas (sempre relacionada ao consumo dos produtos) e a formação e reprodução de esteriótipos sociais (por exemplo a mulher realizando trabalhos domésticos e o homem dirigindo).
Após uma breve discussão sobre formação de identidade, pedimos aos alunos que produzissem ou trouxessem imagens de objetos que tivessem ligação com a suas identidades para que trabalhássemos com eles no segundo encontro que realizaríamos. Poucos alunos trouxeram as fotos, mas como já esperávamos por isso, levamos uma câmera para a sala e tiramos as fotos na mesma hora; o que resultou no seguinte ensaio fotográfico:
No encontro seguinte, iniciamos a discussão sobre ‘contrapropaganda’ , que se trata da inversão da lógica da propaganda: enquanto a propaganda se utiliza de recursos (muitas vezes fantasiosos) para vender, a contrapropaganda mostra a realidade; enquanto a propaganda se utiliza de esteriótipos, a contrapropaganda os desconstrói. Para facilitar o entendimento dos alunos, exibimos algumas contrapropagandas e realizamos um debate, no qual os estudantes apontaram mais uma serie de propagandas que estavam ligadas a construção direta de identidade e fomos desconstruindo-nas juntos.
Mostramos também, imagens do projeto “The bubble Project” que utiliza a intervenção de pessoas em propagandas impressas, como forma de transformar a imagem em contrapropaganda. Como a imagem a seguir:
Terminamos a oficina fazendo um apanhado das discussões feitas nos três encontros que tivemos, e evidenciando mais uma vez o objetivo da oficina. Propusemos a elaboração de um trabalho que poderia ser feito de forma livre, seguindo os seguintes passos:
Primeiro os alunos deveriam se dividir em grupos e cada grupo deveria escolher um objeto para pensar a questão propaganda-identidade-consumo. Os alunos foram convidados a seguir a mesma lógica de desconstrução desses objetos assim como fizemos conjuntamente nas oficinas.
Depois disso, os alunos deveriam criar uma contrapropaganda utilizando esse mesmo objeto, em forma de vídeo, de colagem, de fotografia, ou qualquer outro modo desejado, para apresentação no último encontro da oficina.
O último encontro que realizamos foi destinado à apresentação das contrapropagandas realizadas pelos alunos. Infelizmente apenas dois grupo compareceram, devido ao fato de todos estarem praticamente de férias. Seguem as duas contrapropagandas produzidas pelos alunos:
http://www.youtube.com/watch?v=yPsW4t3nJOc&feature=youtu.be
http://www.youtube.com/watch?v=-zWJnIBtQKA&feature=youtube_gdata